Fala do Lelis: Conectando Nossa Comunidade.
No Fala do Lelis, nosso jornal escolar, apresentamos entrevistas com diretores, professores e alunos, explorando suas vivências e desafios diários. Aqui, você encontra histórias inspiradoras e novidades sobre os principais eventos que marcam nossa escola. Venha descobrir tudo o que acontece na nossa comunidade!
Sobre o autor: Especialista em Literaturas de Língua Portuguesa pela UNIFESP e formado em Letras – Português e Espanhol pela Universidade Camilo Castelo Branco, hoje atuo como professor de português, espanhol e literatura nas escolas do Centro Paula Souza e como coordenador de gestão pedagógica em escola estadual. No dia a dia da sala de aula, gosto de desafiar meus alunos a descobrirem a força e o encanto dos textos. Para mim, literatura vai muito além das páginas – é sobre gente, sobre a vida. E é essa visão que tento levar também para a minha escrita.
A Bendita Aula de Redação e Leitura
Mano, eu tô cansado de tanta redação nessa escola. Todo mês o professor de redação e leitura vem encher o saco, cobrando que eu escreva um texto que nem tem a ver comigo. Às vezes, é conto, crônica, artigo de opinião... Eu realmente não vejo sentido nisso. Nem quero ser escritor, não gosto de ler, nem pretendo fazer faculdade de Letras ou trabalhar em redação de jornal. Essa semana, por exemplo, ele mandou um podcast no grupo da sala. Ah! Inventou uma desculpa qualquer, dizendo que tá usando uma tal de "metodologia ativa", que ele chamou de "aula invertida". Mano, o que seria aula invertida? O bom mesmo seria se a aula fosse divertida, né? Tipo uma aula livre, onde eu pudesse falar das coisas que eu gosto, das coisas que realmente importam na vida. Ou então ficar no celular, conectado com o mundo, vendo meus vídeos no Insta ou no TikTok. Aliás, falando em TikTok, nessa tal aula divertida seria da hora a sala toda gravar umas trends, algo bacana. Mas não, o chato só fica falando de gênero textual e leitura, que é outra chatice. Ele devia era me deixar ler minhas mensagens com meus, ops, minhas contatinhas. E a desculpa é sempre a mesma: que eu preciso pensar no meu futuro, que tenho que treinar a escrita, porque no ENEM e nos vestibulares vou ter que saber escrever o tal do texto dissertativo-argumentativo. Diz que eu teria mais chances de passar e conseguir vaga em universidade pública. Mas é chato demais! Sem falar no sistema onde temos que entregar a redação: do nada, o texto some, trava, apaga... E ainda me vem com essa de "número mínimo de palavras"! Mano, 300 palavras pra escrever um texto? Ah, vá! Esse governo tá tirando com a minha cara, né? Mas aí vem a minha realidade: eu sou o professor chato que todo mês tem que cobrar os alunos pra entregarem a bendita redação. Ainda bem que tem aqueles que fazem a profissão valer a pena, os dedicados, que querem um futuro extraordinário. Quanto alunos que não querem fazer nada, que usam inteligência artificial, copiam de outros ou da internet... espero que a vida cobre deles. Porque o mundo não gira; ele capota. Sou fascinado pelas palavras e pelas histórias que elas carregam.